Lama, atoleiros, dunas, areia molhada. Curvas fechadas, pontes precárias. Temperaturas abaixo de zero ou acima de 30ºC em serras ou praias. Técnica, velocidade e muita adrenalina. Tudo isso é apenas parte das dificuldades e das emoções do Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country, que reúne em suas seis etapas os melhores pilotos e equipes de off-road do país e terá sua próxima rodada com a disputa do Baja Pantanal, entre 11 e 13 de outubro, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O torneio é formado pelas três rodadas duplas da Copa Baja Brasil, pelo Rally dos Sertões - que durou 12 dias e, neste ano, percorreu 5.250 km por sete Estados brasileiros (São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Piauí, Maranhão e Ceará) - e pelo Rally do Café e pelo Rally dos Amigos, que serão realizados em novembro e dezembro, respectivamente.
O Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country foi criado no ano passado, após a chegada da Copa Baja no Brasil. Sucesso em vários países há mais de dez anos, a modalidade Baja foi trazida ao país em 1998, com a realização do Baja Cipó 500. No ano seguinte foi disputada a primeira Copa Baja Brasil, que em 2001 completa sua terceira edição consecutiva. Antes da criação do Brasileiro de Cross Country, havia apenas uma competição off-road de grande importância no país, o Rally dos Sertões, que depois passou a fazer parte do certame nacional.
"O regulamento do Campeonato Brasileiro vem sofrendo evoluções lideradas pela ABRACC ( associação dos pilotos e navegadores) e apoiadas pela CBA, tendo em vista a realidade brasileira e o regulamento internacional. O de 2002 já está sendo discutido e deve estar pronto até o final deste mês, com datas, categorias, etc. Isto, que parece simples, mas não é, vai permitir às equipes e pilotos montar suas propostas de patrocínio com antecedência, garantindo suas participações no ano que vem", opina Luis Haas, chefe de equipe da Chevrolet Rally Team, líder do Brasileiro de Cross Country.
A Copa Baja é a única modalidade que reúne carros, motos e quadriciclos em um mesmo evento. É essencialmente um rali, mas com regulamento próprio e sem planilha de navegação: os trajetos são sinalizados por placas, que orientam os competidores por trilhas previamente determinadas. Há apenas uma planilha de apoio, dada para os navegadores dos carros, que indica os trechos mais perigosos. As provas são de velocidade fora-de-estrada, com duração máxima de quatro dias e percurso total inferior a 1.500 kms. "Por tudo isto, vejo o Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country com todos os ingredientes para atrair novos pilotos, patrocinadores e mídia", atesta Édio Fuchter, piloto do Chevrolet Rally Team, que lidera o certame.
Neste ano, já foram realizadas duas rodadas da Copa Baja Brasil: a primeira em Fortaleza, no Ceará, disputada de 28 de abril a 1o de maio; a segunda, em São Joaquim, em Santa Catarina, de 14 a 17 de junho. A próxima rodada (5a e 6a etapas), que valerá também pelas 6a e 7a etapas do Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country, será o Baja Pantanal, em Campo Grande. Em seguida vem o Rally do Café, que será realizado de 15 a 18 de novembro em São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais. O Campeonato Brasileiro terá encerramento nos dias 1 e 2 de dezembro, em São Paulo, com a disputa do Rally dos Amigos.
Os atuais líderes do Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country são Édio Fuchter e seu navegador, Milton Pereira, da Chevrolet Rally Team (Chevrolet/MWM Motores Diesel/Pneus BF Goodrich/Pistões Mahle/Embreagens Luk/Peças Genuínas AC Delco/Acessórios Chevrolet), vencedores das duas últimas etapas realizadas, a Copa Baja Santa Catarina e o Rally dos Sertões.
Colaborou Nadja Grecov |
