Outra vez sem ter conseguido construir um modelo capaz de fazer frente ao poderio das máquinas da Ferrari, a equipe McLaren encontrou na multiplicidade da carteira de clientes da Michelin a explicação para o desempenho ruim de seus carros.
Adrian Newey, o Diretor Técnico do time sediado em Woking, disse numa entrevista à revista italiana ´Autosprint´ que o fato da fabricante francesa de pneus vender seus compostos também para as equipes Williams e Renault fez com que houvesse a necessidade de mudanças nos modelos MP4/17 que vem sendo pilotados pelo escocês David Coulthard e pelo finlandês Kimi Raikkonen.
Segundo Newey, a equipe que lhe paga os salários precisava de compostos diferentes para instalação na parte traseira dos bólidos, exatamente o oposto do que foi pedido pelos dois outros times, que precisavam pneus diferentes para as rodas dianteiras.
Isto - ainda segundo Adrian -, teria feito com que toda a parte posterior dos carros tivesse de sofrer mudanças em relação ao projeto original, e o peso tivesse de ser redistribuído. "Quando existe muita diferença entre os pneus dianteiros e traseiros, é necessário deslocar o peso para a parte da frente, e isto torna o carro muito nervoso", falou.
Newey disse ainda que se a McLaren pudesse contar com "os mesmos pneus que foram usados nos testes de Inverno" os bólidos de Coulthard e Raikkonen estariam tendo um rendimento melhor.
O perfil de Adrian
Adrian Newey, um engenheiro aeronáutico que começou a trabalhar com automobilismo em 1980, como chefe de aerodinâmica da Fittipaldi, a equipe brasileira da F-1, está na McLaren desde 1997. Antes, foi chefe de projeto de carros de GTP da equipe March nos Estados Unidos, onde as máquinas que saíram de sua prancheta garantiram os títulos em 1983 e 84.
Entre 1985 e 87 Adrian continuou como Desenhista Chefe da March, desta vez no projeto F-Indy dos chassis que venceram consecutivamente as 500 Milhas de Indianápolis.
Ainda na March, mas já como Diretor Técnico, Newey desembarcou no "circo" da Fórmula 1 no mesmo ano de 1987. Antes de passar a vestir a camisa de seu atual empregador, Adrian trabalhou para a Williams, a partir de 1990. |
