Na maioria dos boxes que estarão sendo ocupados pelos carros da Stock Car V8 neste final de semana em Interlagos, o profissionalismo é condizente com aquele que se vê nas equipes de certames como, entre outros, o Alemão de Turismo ou o Norte-americano da NASCAR.
Se lá fora os times mandam buscar não importa em que país do mundo os melhores técnicos para serem os responsáveis pelos diversos setores dentro de seus organogramas, por aqui a história não é muito diferente.
Um dos exemplos disto acontece na Action Power, equipe pela qual competem o paranaense Thiago Marques e o carioca Carlos "Cacá" Bueno. Dentro da oficina do time que têm sede em Curitiba, o idioma mais falado é o inglês, única maneira de entendimento entre um alemão, um argentino, um paraguaio e os mecânicos, todos brasileiros.
O alemão é Volfgang Knobloch, que trabalha também no certame da DTM, onde é o Engenheiro de Pista do holandês Christijan Albers, um dos pilotos da Team Rosberg, escuderia que têm seu outro Mercedes-Benz CLK conduzido pelo também alemão Stefan Mücke. Na Action Power ? equipe à qual se junta às vésperas das corridas -, Knobloch é o responsável pelo desenvolvimento de amortecedores e novas tecnologias.
Os ares portenhos dentro do time sediado na capital paranaense ficam por conta de Raul Etcheleu, o Engenheiro de Pista que atende a Bueno e Marques. Neste caso as comunicações acontecem em espanhol, mesma língua utilizada nos diálogos com o Consultor técnico, o paraguaio Danny Candia, de quem nós já ouvimos falar por aqui graças às participações que fez como piloto no Campeonato Sul-americano da Superturismo, o mesmo onde Cacá Bueno foi campeão em 1999, uma temporada antes de passar a competir no certame Argentino da TC, onde esteve em 2000 e no ano passado.
"Paulão", o presidente; Oscar Chanoski , o remanescente
Apesar de estar nas pistas apenas desde o início da temporada do ano passado (quando Tiago Marques, que nunca havia competido em nenhuma categoria do Kart ou do automobilismo arrebatou o título da Stock Car Light), a Action Power não é exatamente uma equipe nova, e sim um time renovado.
A escuderia que têm como presidente o paranaense Paulo Tarso, nasceu em princípios dos anos 90, justamente para permitir a participação de "Paulão" nas provas do Brasileiro da Stock Car.
Da antiga formação, o Paranaense Oscar Chanoski - atual Diretor Esportivo, que também correu na Stock pela Action Power -, é o único remanescente.
Um de Weiss, três de Hoffmann
Nesta sua "segunda fase" dentro do Campeonato Brasileiro da Stock Car, a Action Power quer voltar a ter a mesma notoriedade que alcançou na temporada de 1996, quando arrebatou os títulos tanto da divisão "B" (a atual Stock Car Light), quanto da principal, que à ocasião usava carenagens de fibra-de-vidro montadas sobre os chassis dos Opala com seus famosos motores de 4.100cc.
O título da divisão "B" foi conquistado pelo catarinense Alessandro Weiss (que faleceu dois anos mais tarde num acidente automobilístico em sua cidade natal, Itajai-SC).
Já o troféu da divisão principal foi conquistado por ninguém menos que Ingo Hoffmann, que então comemorou pela 9ª vez o status de melhor entre os pilotos daquela que já então era a mais antiga e veloz categoria do automobilismo brasileiro.
Mas o de 1996 não foi o único ano vitorioso na história da fase inicial da Action Power, que festejou também os títulos conquistados por Hoffmann em 1997 e 98.
Além dos carros de Bueno e de Marques, a Action Power prepara também o de Luciano Zangirolami, que ocupa a liderança da classificação da Stock Car Light depois de vencer as duas corridas já realizadas. |