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| A infra-estrutura evoluiu, mas não o ar hospitaleiro dos guaporenses |
| Sábado, 31 de Agosto de 2002 |
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Ao sediar a segunda corrida da então recém-criada Stock Car, em 29 de abril de 1979, a cidade de Guaporé não tinha ruas calçadas, não contava com mais de 5 mil habitantes e dispunha de pouquíssimas linhas telefônicas, então, um luxo a disposição de poucos.
Para falar com o "mundo exterior", à época, era necessário primeiro encontrar um telefone, e depois solicitar à operadora a ligação que podia demorar até 4 horas para ser completada.
Além dos poucos terminais telefônicos, os jornalistas presentes à cidade dispunham de algo que refletia o que havia de mais moderno em termos de comunicação: os aparelhos de Telex que os proprietários de um Curtume local faziam questão de franquear aos sempre bem-vindos visitantes.
Na tomada de tempos para a corrida que marcou a estréia de Ingo Hoffmann na categoria ? ele acabara de retornar da Europa ?, a posição de honra foi garantida pelo paulista Affonso Giaffone Júnior, que com um Opala percorreu os 3.080 metros da pista situada no final da avenida principal da cidade em 1min29s024.
Agora, 23 anos mais tarde, Hoffmann já acumula 11 títulos na categoria, e Paulo Gomes - o único piloto além de Ingo a ter participado da prova de 79 -, já conquistou 3. Os "Opalões" cederam espaço para carros com chassis construídos especialmente para competições, veículos com "cara" de Vectra empurrados por propulsores V8 de 450 cavalos.
A evolução tecnológica dos carros fez com que o tempo da pole despencasse 16 segundos. Guaporé já tem estrada de acesso e ruas bem pavimentadas, e já é possível até mesmo falar com o mundo instantaneamente, a partir do próprio circuito.
Evoluiu a categoria e a infra-estrutura de Guaporé, onde já é possível permanecer sem ter de recorrer ao Seminário, a única opção que havia para hospedagem além do sempre abarrotado "Hotel Topo Gigio".
Muita coisa mudou nestes 23 anos, nas 8 vezes que a Stock Car já havia corrido em Guaporé. Apenas um aspecto permanece inalterado: o ar bucólico e a arte de receber bem dos hoje 20 mil habitantes do município que está situado a 235 quilômetros da capital gaúcha Porto Alegre.
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| Jorge Kraucher |
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