15/12/2001 A hora não é de reinventar a roda
Final de temporada. No Brasil, ao contrário do que ocorre na Europa e nos Estados Unidos ? onde os regulamentos têm uma vida útil de no mínimo 3 anos -, cabeças começam a funcionar no sentido de alterar este ou aquele item regulamentar para o ano seguinte.
Não raro, planos mirabolantes fazem com que equipes e pilotos tenham de jogar no lixo, se não metade, todo o equipamento de que dispuseram ao longo do ano, visando ter um "zero quilômetro" adaptado à regulamentação da temporada seguinte.
Até há não muito tempo, até que era viável às equipes e pilotos arcarem com o ônus das "reinvenções".
Era, mas não é mais.
Afinal, agora, vivemos uma crise, um iceberg que já rondava o mundo, mas que a partir daquele fatídico 11 de setembro deixou de ter somente sua ponta exposta, passando a exibir a totalidade de seu tamanho monstruoso.
Não bastasse isso, temos na nossa vizinhança um país que afunda cada dia mais no lodo da falta de dinheiro, o que por tabela acaba contaminando a nossa economia.
Diante deste quadro, a realidade inconteste é de que possíveis fontes de sustentação de nosso esporte motorizado, se não secarem definitivamente, pelo menos terão reduzido o fluxo de verbas que saem dos cofres, atingindo em cheio a possibilidade de novos investimentos por parte de times e pilotos.
Assim, o momento exige cautela absoluta. Não é hora de reinventar o que já está aí, palpável, existente, quer no automobilismo, quer no kartismo.
Reinvenções seriam bem-vindas se trouxessem quedas de custos para pilotos e equipes, mas pela vivência que tenho dentro deste esporte contagiante posso afirmar sem medo de cometer erros de que baixa de custos em categorias nacionais é utopia. |