22/03/2004 Categorias demais. Dinheiro de menos
O fato da espanhola RPM ter protelado ao máximo o anúncio do calendário de provas da Fórmula Super Nissan, e de haverem ainda onze vagas abertas dentre os times da Fórmula Renault V6 ? que terá a rodada de abertura disputada em Monza neste final de semana -, deixa bastante claro que há um excesso de categorias com carros muito similares, e que faltam pilotos com cacife para preencher todas as vagas disponíveis.
Até há alguns anos, existiam apenas o Campeonato Internacional e o Europeu de Fórmula 3000, o que não chegava a ser um grande problema, uma vez que o certame do Velho Continente acabava sendo o porto seguro para os times que não conseguiam vaga no certame promovido pela FIA, e, assim, ofereciam chances a pilotos com algum dinheiro, mas com um Budget menor, a oportunidade de competirem.
No final de 2001, a RPM anunciou a criação da Super Nissan, que acabou sendo o primeiro divisor de um mercado de pilotos que até então dispunham de duas, passando a ter três opções para suas trajetórias pós Fórmula 3.
Curiosamente, em 2003, apenas um ano após a realização das primeiras disputas da ?Super Nissan?, a Renault acabou criando sua com sua ?Fórmula V6?, um campeonato que além de canibalizar com outro disputado por bólidos da Nissan ? marca da montadora francesa -, passou a disputar com as três categorias que então já existiam os orçamentos de um mercado de pilotos que só tem feito diminuir depois que o fatídico 11 de setembro de 2001 mostrou a todo o planeta a extensão de um iceberg que até aquele momento tinha apenas sua ponta sendo mostrada.
Como será o futuro?
Não é necessário ser vidente, ou ter bola de cristal para saber que muito em breve haverá o desaparecimento de categorias, que vale lembrar, acabam sendo cinco, uma vez que a Fórmula Nippon se enquadra no perfil das demais, apesar de disputar um mercado muito mais ?regional? que a concorrência.
Quanto a quais serão os campeonatos que deixarão de acontecer, eu diria que ?o lado mais fraco da corda? está no Internacional ? que será substituído pelo da Fórmula 2 -, e na Fórmula Super Nissan, o primeiro porque acaba dividindo espaço e atenções com a Fórmula 1, e o segundo porque dificilmente deverá resistir à debandada de dois grandes patrocinadores em dois anos de disputas: a Telefonica ? que bancou a temporada de 2002 -, e a Superfund, que investiu durante o ano passado. |